71 CAPÍTULO

 

 

E, já era 18:20 da tarde, desse mesmo dia, que era o dia 18 de Junho do Ano do Senhor de 2032 - Sexta-feira. E a Sra. Ermelinda, após mais uma vez verificar a água do chuveiro, olhou para o Sr. Henrique, que ali estava, e disse:

- Sr. Henrique, a água está muito fria para se tomar banho. A temperatura da água, creio que ninguém suportaria ficar só um minuto debaixo do chuveiro tomando banho.

E, o Sr. Henrique, tendo ouvido isso, ficou em silêncio, pensativo, buscando ver que decisão haveria de tomar nessa situação em que se encontravam. E, então, decidiu por si mesmo ir se certificar que estivesse tão frio o chuveiro a ponto de não se poder tomar banho.

Ele não podia tomar uma decisão precipitada, e ao mesmo tempo não podia por em risco a saúde das crianças e dos adolescentes.

Estavam ali no Orfanato Rouxinol em 28 pessoas, sendo: 18 do Sexo Feminino e 10 do Sexo Masculino, e só sendo só cinco adultos.

E, enquanto o Sr. Henrique ia se certificar de que estivesse a água muito fria, lá na cozinha estavam o Sr. Francisco e a Diretora Carolina. E, o Sr. Francisco, falou:

- Diretora Carolina, o que me preocupa é se caso essa nevasca durar muito tempo se teremos alimentos suficientes para alimentarmos 28 pessoas.

E, a Diretora Carolina, falou:

- Isso também me preocupa. Se for uns três dias no máximo de Nevasca ainda vai dar. Mas, se chegar a durar uma semana ou mais podemos não termos alimentos suficientes para todos.

E, a Tatiane apareceu ali, e falou:

- Está muito frio.

- Coloca mais uma blusa, Tatiane. Talvez se esquente mais. Falou-lhe o Sr. Francisco.

- Duas blusas? Questionou a Tatiane.

- Oras, se está ainda sentindo frio é melhor se agasalhar com mais uma blusa, Senhorita Tatiane. Respondeu o Sr. Francisco.

E, o José, apareceu ali, e falou:

- Quero só ver quem é que vai ter coragem de ir tomar banho nesse frio?

- Eu é que não entro debaixo do chuveiro com essa água gelada. Mesmo que coloque no calor a água ainda fica muito, mas muito fria. Falou a Beatriz Carina.

- O Sr. Henrique está pedindo a todos que se reúnam na sala. Falou a Patrícia.

E, logo todos se reuniram na sala. A Beatriz Isabela, que só ficava com o Carlos Henrique (seu irmãozinho) no colo, falou pro seu irmãozinho:

- Carlinhos, o papai vai falar.

E, o Carlinhos, que ainda não sabia falar, só esboçou uma reação, e fez sinal com o dedo da mão direita, querendo dizer: “Papai”, E, a Beatriz Isabela, lhe falou:

- É o papai, meu irmãozinho.

E, a Paulinha (irmã dela), estava com o Paulo George; e o Jeferson estava no colo da Beatriz Regina e o Eduardo no colo da Paula. Os quatro irmãos gêmeos estavam nos colos de suas irmãs mais velhas. E, a Renata, vendo tal cena, falou:

- Os quadrigêmeos nos colos de suas irmãs corujas.

E, nisso, a Beatriz Isabela, a Beatriz Regina, a Paula e a Paulinha riram.

E. logo já estando todos ali, incluindo a Micaela e a Michele Rebecca, o Sr. Henrique fez sinal pedindo silêncio, e todos ali fazendo silêncio, o Sr. Henrique, falou:

- Bom, como todos aqui já o devem saberem, estamos numa situação de emergência. Estamos no meio de uma nevasca, e lá fora não se vê nada. A visibilidade é zero lá fora. Portanto, a menos que essa nevasca só dure essa noite, e amanhã já não haja nevasca, teremos que passarmos um bom tempo aqui dentro sem podermos sairmos para fora.

E, olhou para todos ali presentes, e continuando, disse:

- E não bastando isso, faz muito frio, e indo verificar o banheiro e me certificar do que a Sra. Ermelinda e todos já estavam dizendo, percebi que mesmo colocando no calor, a água do chuveiro está muito fria, a um ponto que se torna impossível tomar-se banho. E devido ao frio que se está fazendo, muitos estão tremendo de frio. Então, decidi tomar algumas decisões, que considero serem às melhores para uma situação como essa.

A Beatriz Isabela, ficou quieta, e esperando o que o seu pai iria proferir. E, o Sr. Henrique, disse:

- Nós estamos aqui em 28 pessoas, sendo 18 mulheres e 10 homens. Portanto, como não sabemos quanto tempo irá durar a nevasca, a partir de hoje só teremos o almoço e uma pequena refeição de noite, que vamos chamarmos de chá da Noite. E, ao acordar só será servido um pequeno pedaço de pão e um copo de água. Fora dos horários determinados para se comer, para se evitar que faltem alimentos fica-se proibido comer-se qualquer coisa. Quando se for tomar água se deverá tomar apenas um quarto de copo de água, para que todos possam tomarem água e não se faltar para ninguém. Vestuário. Aqueles que tiverem mais roupas de frio, é importante, que emprestem para aqueles que tiverem menos roupas de frio, para que todos possam ficarem bem agasalhados. Em casos de alguém ficar doente, favor informar imediatamente para que se possa tomar às medidas necessárias para o tratamento emergencial da pessoa doente, para assim se evitar a propagação da doença aqui no Orfanato. Odeio ter que falar em doença, mas nessa situação é essencial se falar, já que é uma situação de emergência. É importante que ninguém saia daqui de dentro sem autorização. E isto é para a vossa própria segurança. Creio que essas medidas sejam o suficiente para passarmos por esse momento juntos, e sem maiores problemas. Se caso for necessário serão tomadas outras medidas que se julgarem necessárias.

- Só espero que não tenhamos que ficarmos um mês sem podermos sairmos daqui por causa da nevasca. Falou a Beatriz Carina.

E, a Michele Rebecca, falou:

- Bom, desde que depois dessa eu não tenha que passar por uma tempestade de areia negra.

E, o Marcelo, falou:

- Não vai ser fácil ficar sem fazer nada.

E, a Beatriz Isabela, falou:

- Senhorzinho Marcelo, ninguém aqui vai ficar a toa, não. Sempre se há o que fazer. É só procurar que se acha o que se fazer.

E, o tempo se passou, e às 19:30 da noite, todos ali tinham comido um pequeno pedaço de pão, e tomado um pouco de água. A Francislaine, foi a olhar na janela, e a nevasca não passava. E, a Patrícia, que também foi a olhar na janela, falou:

- Não se vê nada. Nem às estrelas no céu. E, a nevasca está forte. Ventos de alta velocidade.

E, o Sílvio, falou:

- Estamos totalmente isolados do mundo.

- As luzes estão piscando. Falou a Francislaine.

- Bom, só faltava agora acabar a luz. Falou o Sílvio.

- Como não há postes de energia elétrica, só há dois modos de acabar a luz aqui: ou o Gerador pifar, ou senão, de lá do local de onde se gera a energia, o fogo acabar, pois se é pela incineração dos lixos que, através de um complexo sistema se gera a energia elétrica que consumimos. Falou a Beatriz.

E, a Beatriz Regina, falou:

- E como o gerador pode pifar?

E, a Beatriz não respondeu, e o Sr. Henrique, falou:

- Bom, pode pela infiltração de muita neve no motor do Gerador de Energia Elétrica, ocorrer duas coisas: um curto-circuito, que não seria nada bom, ou o gerador simplesmente parar de funcionar sem maiores conseqüências.

E, a Micaela, perguntou:

- E o que acontece se der curto-circuito no gerador?

- Pode gerar incêndio. Respondeu o Sr. Henrique.

E, nisso todos ali se entreolharam de preocupação. A Beatriz ficou muito mais preocupada. Se ocorresse um curto-circuito, que provocasse incêndio, a menos que apagassem incêndio, só teriam uma única alternativa para se refugiarem: o ônibus.

E, então, ela a Beatriz, perguntou:

- Papai, então o que pode ser feito para se evitar que ocorra tal problema?

- A única alternativa para se evitar qualquer curto-circuito é desligar o gerador. Só que aí tudo aqui vai ficar no escuro. Respondeu o Sr. Henrique.

E, a Beatriz, nisso falou:

- Eu voto para desligar o Gerador.

- Eu também voto para desligar o gerador. Falou a Francislaine.

- Mas aí vamos ficarmos tudo no escuro. Falou a Tatiane.

- Tatiane, não vai me dizer que está com medo de ficar no escuro? Questionou-lhe a Beatriz.

- Também voto por desligar o gerador. Falou o Zacarias.

- Meu voto também é por desligar o gerador. Falou a Michelinha.

- Também voto por desligar o gerador. Falou a Michele Rebecca.

- Voto contra desligar o gerador. Confesso, não me agrada ficar no escuro. Falou a Patrícia.

- Voto por desligar o gerador. Falou a Cristina.

- Voto contra desligar o gerador. Falou o Edílson.

E, cada um foi dando o seu voto. E, no final por maioria dos votos, ganhou os que defendiam desligar o gerador.

E, o Sr. Francisco e o Sr. Henrique decidiram irem desligarem o Gerador. E, a Beatriz, falou:

- Vou junta. Pode ser que possam precisarem de mim. E não me digam para ficar aqui dentro, pois aonde forem, eu irei junta, e aconteça o que acontecer estarei convosco.

Nisso deixaram ela ir junta, visto que ela estava decidida a ir. E, ela deu o Carlos Henrique no colo da mãe dela. E, a Sra. Isabel ficou com o Carlos Henrique no colo.

Saíram para fora, e com faroletes, pois tinham, no meio daquela grande escuridão. Ventos fortes, e grande nevasca. Todo cuidado era pouco. Fazia bastante frio, e a ponto de até congelar-se suas mãos. Tinham que serem bem rápidos, pois corria-se o risco de ficarem congelados ali fora de tanto frio que fazia, e de tanta nevasca.

A Beatriz Isabela não tinha medo de enfrentar toda aquela nevasca. Ainda que tremesse de frio, ainda assim continuava a andar. O seu pai e o seu avô também tremiam de frio.

De repente, se ouviu ao longe gritos. E, a Beatriz, falou:

- Ouviram?

- Parece alguém gritando. Falou o Sr. Francisco.

E, a Beatriz, falou:

- Tratem do desligarem o gerador, que hei de ir ver quem é.

E, antes que lhe dissessem qualquer coisa, já tinha ido. E, ela, ouviu o grito de alguém pedindo socorro. Quem seria que estaria pedindo socorro? E por quê? E, andou uns 500 metros, e de repente, atrás de uma árvore, num buraco, percebeu que alguém deveria ter ali caído. Olhou com o farolete para o buraco para ver quem era que ali estava. E, eis que estavam ali uma menina e um menino. E, ela, a Beatriz, falou:

- Olá!

- Olá! Respondeu a menina. Estávamos andando, e veio a nevasca, e nos perdemos, e não sabíamos por onde estávamos andando, e sentindo frio, caímos neste buraco. Complementou a menina.

E, a Beatriz, falou:

- Esperem um pouco. Vou buscar ajuda.

- Busca logo. Estamos quase nos congelando. Falou a menina.

Era uma dura situação. A Beatriz foi rapidamente, e chegando ali próxima ao gerador, e já tinham desligado o gerador, a Beatriz, falou:

- Papai, vovô, há duas crianças que caíram num buraco. Estão quase morrendo congeladas.

E, o Sr. Francisco, falou:

- Esperem aqui, que irei buscar uma corda.

E, foi rapidamente pegar uma corda, e a Beatriz levou a seu pai e a seu vô até onde tinham encontrado às duas crianças. E, ainda que com pouca visibilidade, devido a forte nevasca, conseguiram distinguir as crianças. A Beatriz decidiu descer com a corda até o fundo do buraco para o resgate daquelas duas crianças, sendo uma menina e um menino.

A descida não foi nada fácil. A Beatriz, teve que se amarrar na corda, e tinha que se segurar na corda, e buscar apoiar o pé em algum local de apoio, o que não era nada fácil. O Sr. Henrique, pai dela, perguntou:

- Está indo tudo bem, minha filha?

E, então, a Beatriz respondeu:

- Bom, apesar de a visibilidade ser pouca, e não estar sendo fácil de se encontrar um local para se apoiar os pés, está indo tudo bem. Mas, quantos metros deve-se ter esse buraco, papai?

- Acho que de três e acinco metros. Respondeu o Sr. Henrique.

- Vovô. Falou a Beatriz. - Coloque o farolete para clarear mais para baixo para ver se posso ver mais claramente aonde terei que apoiar os pés e descer. Complementou ela.

- Sim, minha netinha querida. Falou o Sr. Francisco.

E, apesar da luz do farolete, devido a forte nevasca, não se dava para se dar muita visibilidade. A dificuldade era enorme a cada segundo que se passava. Havia momentos em que se parecia que a Beatriz estava para escorregar e cair, ainda que se segurando na corda, ou que se parecia que ela ia acabar por balançar de um lado para o outro ali naquele buraco.

E, após alguns minutos, finalmente a Beatriz chegou ao fim daquele buraco, e pegou o seu farolete, que ela levava no bolso da sua saia, para iluminar o ambiente, e viu a menina e o menino. E, o menino, ela percebeu que estava sentindo muita dor. E, ela, falou bem alto:

- Papai, o menino está sentindo muita dor. Terá que se levar ele para cima num cesto, mas terá que ser um cesto bem grande.

- E a menina? Perguntou o Sr. Henrique.

- Vou verificar. Respondeu a Beatriz.

A menina olhou para a Beatriz, e a Beatriz perguntou a ela:

- Dá para andar?

- Não consigo nem me levantar. Está doendo muito. Meu irmão está aí sofrendo.

E, nisso, bem alto a Beatriz falou:

- Também a menina terá que subir num cesto bem alto, pois não pode se levantar e nem andar.

E, nisso, o Sr. Francisco, falou:

- Vou ver se há um cesto lá no orfanato, ou o que mais pode haver lá para poder subir essas duas crianças.

- Tá bom, vovô. Falou a Beatriz. - Eu vou ficar aqui com essas duas crianças esperando. Complementou ela.

E, naquele momento, o menino despertou e começou a gritar de tanta dor que sentia. E, a Beatriz se aproximou, e falou:

- Calma, menino. Estou aqui. Vim para vos ajudar.

- Não estou agûentando. É muita dor. Falou o menino.

- Deixo ver se tenho alguma coisa. Falou a Beatriz.

E ela nada tinha ali para amenizar aquela dor. Era uma dor terrível. E, a Beatriz, perguntou bem alto para seu pai:

- Papai têm alguma coisa aí para amenizar a dor de um garoto?

- Comigo não tenho nada, minha filha. Respondeu o Sr. Henrique.

E, a Beatriz ficou ali, olhando para aquele menino que gemia de dor, e sentiu compaixão, e o pegou no colo, e se ajoelhou, e orou assim a Deus naquele momento:

- “Senhor, meu Deus, não venho a pedir por mim, mas por esse garoto, por esse menino, que está gemendo de dor. Não há nada, ó Senhor, que eu possa fazer para curar essa dor que ele sofre. Mas há tudo que tu podes fazer, pois tu és o Deus do Impossível! Peço-te, ó Senhor, que cures essa dor, que acalme esse coração, e que lhe dê a Sua Santa Paz. Amém!”

E, em seguida, pegando a menina, que ainda que nada dissesse, sentia também dores, levantou naquele momento os olhos ao céu, e orou a Deus, dizendo:

- “Senhor, também venho te pedir nesse momento por essa menina, que está sofrendo com fortes dores, e que não pode se levantar. O Senhor, cura essa menina de toda dor que está sofrendo, e de toda enfermidade. Dá a ela, ó Senhor, paciência, calma e a tua Santa Paz. Amém!”

E, aquela menina, falou para a Beatriz:

- Bom, eu me chamo Camila Abeline Cristiane Souzedo Gomes, e nasci no dia 21 de Agosto do Ano do Senhor de 2023. E, ele, é o meu irmãozinho, e se chama Alberto Cristiano Roberto Souzedo Gomes, e nasceu no dia 27 de Novembro do Ano do Senhor de 2025. Tínhamos saído de casa, e acabamos nos perdendo, e fomos andando e andando. De repente, começou toda essa nevasca. E aí não víamos mais nada a nossa frente. Decidimos procurarmos um abrigo mais próximo, e foi quando, por não vermos esse buraco caímos nesse buraco. Só sei que após cair nesse buraco não me lembro de mais nada até que acordei e gritei por socorro.

E. a Beatriz, falou:

- Eu me chamo Beatriz Isabela Camila Michele Amanda Josivaldo Rocha, e nasci no dia 8 de Abril do Ano do Senhor de 2018.

- Ainda estou com dor. Falou o Alberto.

E, a Beatriz, falou:

- Alberto, você crê em Deus.

- Creio. Respondeu ele.

- Então tenha fé em Deus. Falou a Beatriz. - Confie em Deus, pois ainda que a figueira não floresça, ainda que o mar se torne bravo, ainda que venha uma onda contra nós, ainda que o mundo esteja se explodindo, ainda que apareça um furacão, ainda que às montanhas digam NÃO. E que o Sol não dê mais a sua luz, e a lua e às estrelas desapareçam do céu, ainda assim confiaremos no Senhor, ainda assim o Senhor nosso Deus estará do nosso lado, e o nosso consolo, nos momentos mais difíceis das nossas vidas está em Deus. Complementou a Beatriz.

E, a Camila, falou:

- Minha mãe uma vez me disse: “Não sei o por quê há tanto sofrimento no mundo. Mas, bem sei que é justamente nessas horas que Deus demonstra o seu poder e o seu amor para conosco, nos consolando, nos confortando e nos dando forças para prosseguir.” E, isso ela respondeu uma vez para uma pessoa que perguntou a ela: “Se Deus existe por quê há tanto sofrimento no mundo?”

E, a Beatriz, falou:

- O Fato de haver tanto sofrimento no mundo não nega a existência de Deus, mas como sua própria mãe disse, Camila: é justamente nessas horas que Deus demonstra o seu poder e o seu amor para conosco, nos consolando, nos confortando e nos dando forças para prosseguir.

E, nisso, de lá de cima, o Sr. Francisco, falou:

- Bom, já estamos descendo o cesto. Vieram aqui para ajudar nesse frio, nessa nevasca toda a Patrícia, o Marcelo, a Francislaine, o Vítor, o Eduardo, a Tatiane, a Renata e o Zacarias. O restante ficou lá no Orfanato de prontidão para qualquer emergência.

- Tá bom. Falou a Beatriz. - Manda descer o cesto. Complementou ela.

E, desceram o cesto até o fundo daquele buraco, e ela, pegou o Alberto, e falou:

- Calma, Alberto. Vou te colocar no cesto, e logo você já vai estar fora desse buraco.

- E quanto a você, Bia? Perguntou o Alberto.

- Não se preocupe comigo. Depois eu subo.

E, o Alberto foi levado para cima num cesto, e em seguida foi a vez da Camila, e a Camila, falou para a Beatriz:

- Obrigada, amiga. Se não fosses tu, eu não sei o que seria de mim e do meu irmão.

E, a Beatriz, falou:

- Não têm de quê, Camila. Sinto-me muito feliz por salvar a ti e a teu irmão.

E, assim subiu-se a Camila. E, finalmente chegou a vez da Beatriz. E, a Francislaine, falou:

- Beatriz entra no cesto que te carregamos.

E, a Beatriz, falou:

- Tá bom.

Mas, porém, a Beatriz era muito pesada para aquele cesto, e logo perceberam que a corda ia acabar estourando. E, a Beatriz percebendo isso, falou:

- Pessoal, a corda vai acabar estourando. Vou descer do Cesto, e vocês puxem o cesto, e lancem a Corda. Vou tentar subir como desci.

- Tá bom. Falou o Sr. Henrique.

E, a Beatriz logo começou a subir como desceu, amarrada na corda. Mas a subida era até bem mais difícil do que a descida. Enquanto o restante levavam a Camila e o Alberto para o Orfanato, o Sr. Henrique, o Sr. Francisco, a Francislaine e o Zacarias ficaram ali. E, a Francislaine, disse:

- Beatriz estamos puxando.

E, a Beatriz, falou:

- Tá bom. Mas, não está fácil Mas, vamos prosseguir.

E, o Sr. Henrique, falou para ela:

- Minha filha, sinto-me honrado por ter uma filha tão corajosa como tu.

- Papai, lembre-se daquele dia que fomos visitarmos a vovó, e que estávamos passando por uma ponte, e que começou a chover forte. Naquele dia fomos levados pela correnteza. E, eu gritei: “Papai! Mamãe! Minha irmãzinha!” Depois o que me lembro é que fui parar no Orfanato Rouxinol. Ou seja Deus foi muito bom comigo e também foi bom convosco, pois ainda que tenha ocorrido aquela tragédia, Deus transformou a tragédia em bênção para nossas vidas. O que quero dizer é o seguinte: não importa às dificuldades dessa vida, Deus é a nossa força e o nosso refúgio. Papai, se tiver que cavar um túnel para sair daqui eisd que hei de cavar. Vamos em frente, com força total. Perseveremos firmes! Falou a Beatriz.

E, logo tanto a Beatriz como quem lá acima estava perceberam que a corda estava quase rompendo, e então, a Beatriz, falou:

- Papai, é o seguinte:

- Vou voltar para o chão, e vá alguém buscar outra corda, que seja grossa e forte o suficiente, pois do contrário poderei levar um tombo e dar maiores trabalhos.

E, ela, logo desceu rapidamente para o fundo do buraco e com cuidado, para não cair e levar um tombo.

E, enquanto isso, lá no Orfanato...

- Como será que está a Beatriz, minha irmã? Perguntou a Paulinha.

E, a Camila, que já estava lá, e deitada, falou:

- Está demorando muito para ela voltar.

E, o Edílson, falou:

- Só espero q ue nada de mal lhe aconteça.

E, todos ali ficaram quietos, e apreensivos. O fato de já não estarem de volta, e de a Beatriz não estar ali, já deixava a todos apreensivos. A Sra. Isabel, muito preocupada com sua filha Beatriz Isabela, pediu um copo de água com açúcar, e a Diretora Carolina deu para ela. E, a Sra. Ermelinda, estava também bastante apreensiva, e ainda mais que não se podia ver nada lá fora.

Cada segundo que se passava deixava a todos apreensivos, até que por fim apareceu a Francislaine. E, a Tatiane, falou:

- Francislaine, a Beatriz está vindo?

E, a Francislaine nada respondeu, e foi na direção da Sra. Ermelinda, e falou:

- Têm uma corda bem grossa e forte o suficiente.

- Vou verificar. Respondeu a Sra. Ermelinda. - Mas por quê? Perguntou a Sra. Ermelinda, que era a zeladora.

E, a Francislaine, respondeu:

- A outra corda está quase arrebentando, e não dá para trazer a Beatriz para cima, pois senão corre-se risco de ela cair e se machucar. Respondeu a Francislaine.

E, a Beatriz Regina, irmã da Beatriz, ouvindo isso, falou:

- Têm certeza, Francislaine.

- Certeza absoluta, Beatriz Regina. Temos que sermos bem prudentes, pois a imprudência pode acarretar em problemas mais sérios do que aqueles que já o temos. Respondeu a Francislaine.

- E se não tiver corda? Perguntou a Beatriz Carina.

Nisso, todos ali se calaram. Fez-se um grande silêncio. Havia forte nevasca por ali, e estavam longe das demais pessoas. Não havia a quem poderiam pedirem ajuda naquele momento em tal situação, que pudesse lhes auxiliar.

E, a Sra. Ermelinda, procurou por todo o Orfanato uma corda e nada. E, o tempo ia passando, e já era 21:05 da noite. E, a Francislaine, voltando falou para o Sr. Henrique:

- Não há corda.

O Sr. Henrique, o Sr. Francisco (que era o Chico), e o Zacarias abaixaram a cabeça. E, a Beatriz, nada disse. O que se poderia ser feito numa situação como essa. Que solução poderia se encontrar. E, o Zacarias, falou:

- E, se cortarmos a parte que está corroída e prestes a arrebentar-se e usarmos o resto da corda?

E, o Sr. Francisco, respondeu:

- Se fizermos isso a corda não chega lá aonde está a Beatriz.

- Têm que haver alguma solução. Falou a Francislaine.

- Mas qual? Perguntou o Sr. Henrique.

E, a Beatriz, falou:

- Podem irem dormirem. Eu fico aqui sozinha. Talvez amanhã possa ser um dia melhor.

- Não vou lhe deixar aí sozinha, minha filha. Falou o Sr. Henrique.

- E eu ficarei aqui também. Falou a Francislaine.

- E nós também. Falaram o Zacarias e o Sr. Francisco.

E, nisso, a Beatriz, falou:

- Bom, o que temos lá no Orfanato?

- Lá têm lençol de camas e cortinas. Respondeu o Zacarias.

- Bom, deixo eu pensar. Falou a Beatriz. - Depois que eu tiver pensado bem eu vos conto a minha idéia. Não sei se vai funcionar, mas se funcionar ótimo. E não custa tentar.

- Quando tiver a idéia bem formulada na sua cabecinha, minha filha, é só nos dizer. Falou o Sr. Henrique, pai dela.

Tópico: 71 Capítulo

Não foram encontrados comentários.

Novo comentário